Isaías 58

Almeida Antiga - IBC

O falso e o verdadeiro jejum
1 Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.
2 Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos; como um povo que praticou a justiça e não abandonou a ordenança do seu Deus, pedem-me ordenanças de justiça, têm prazer em se chegar a Deus.
3 Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? Por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais encontrais prazer, e requereis todos os vossos trabalhos.
4 Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho iníquo! Não jejuareis como fazeis até hoje, para fazerdes vossa voz ouvida no alto.
5 Seria esse o jejum que eu escolhi? Um dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?
6 Acaso não é este o jejum que escolhi? Soltar as ligaduras da impiedade, desfazer os fardos pesados e deixar ir livres os oprimidos, e que quebreis todo jugo?
7 Porventura não é que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
8 Então romperá a tua luz como a alva e a tua cura brotará apressadamente; a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
9 Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o apontar do dedo, e o falar iniquamente;
10 e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.
11 E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma na seca, e engordará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como uma nascente, cujas águas não falham.
12 E os que serão de ti edificarão as ruínas antigas; e tu levantarás os fundamentos de muitas gerações; e serás chamado reparador da brecha, e restaurador de veredas para morar.
13 Se desviares o teu pé do sábado, de cuidar dos teus próprios prazeres no meu santo dia; se chamares ao sábado um deleite, o santo do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem encontrando teu próprio prazer, nem falando tuas próprias palavras:
14 então te deleitarás no Senhor, e eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse.

Referências Cruzadas

3 Ml 3:14; Lv 16:29; Lv 16:31; Lv 23:27
4 1Rs 21:9; 1Rs 21:12; 1Rs 21:13
5 Zc 7:5; Lv 16:29; Et 4:3; Jó 2:8; Dn 9:3; Jo 3:6
6 Ne 5:10; Ne 5:11; Ne 5:12; Jr 34:9
7 Ez 18:7; Ez 18:16; Mt 25:35; Jó 31:19; Gn 29:14; Ne 5:5
8 Jó 11:17; Ex 14:19; Is 52:12
9 Sl 12:2
12 Is 61:4
13 Is 56:2; Is 56:4
14 Jó 22:26; Dt 32:13; Dt 33:29; Is 1:20; Is 40:5; Mq 4:4

Aberta uma ampla e extensa vinha. A piedade, bem como o conhecimento e o crescimento espiritual avançado de uma igreja, são proporcionais ao zelo, à piedade e à inteligência missionária que foram trazidos para ela e que dela partiram para abençoar as pessoas que mais precisam de nossa assistência. Novamente, conclamo-os para considerar Isaías 58, que abre uma ampla e extensa vinha a ser trabalhada nos moldes que o Senhor delineou. Quando isto for feito haverá um aumento de fontes morais e a igreja não mais permanecerá quase parada. Bênçãos e poder acompanharão seus esforços. Eles venceram o egoísmo que lhes tem prendido a alma, e agora sua luz está sendo dada ao mundo em raios claros e brilhantes de uma fé viva e de um exemplo piedoso. O Senhor tem Suas promessas para todos os que quiserem praticar Seus requisitos [Sl 41:1-3; 37:3; Pv 3:9, 10; 11:24, 25; 19:17; Is 58:10, 11].
A Palavra de Deus está cheia de preciosas promessas, como as que são dadas acima (Ms 14a, 1897). Em nossa obra encontraremos uma elevada profissão de piedade e muito rigor externo associado com grande impiedade interna. As pessoas representadas em Isaías 58 se queixam de que o Senhor permite que o serviço delas passe despercebido. Esta queixa é a expressão de corações não subjugados pela graça e rebeldes contra a verdade. Aqueles que recebem a verdade que atua por amor e purifica a alma são leais a Deus, honrando-O pela obediência à Sua lei, que é santa, justa e boa. O espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que submete a Deus a mente, o coração e a vontade.
Ministros de Deus têm sido culpados do pecado de desconsiderar um “Assim diz o Senhor”. Têm levado os membros de suas igrejas a observar ritos que não têm fundamento na Palavra de Deus, mas estão em direta oposição à Sua lei. Pela perversão e deturpação da Palavra de Deus, têm feito com que o povo cometa pecado. Deus os recompensará de acordo com suas obras. Da mesma forma que os sacerdotes e governantes no tempo de Cristo, eles têm feito com que as pessoas errem. Cristo diz quanto a eles o que disse quanto aos líderes judeus: “Em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” [Mt 15:9] (Ms 28, 1900).
1 O único procedimento seguro. Meus irmãos, vocês precisam estudar mais cuidadosamente o cap. 58 de Isaías. Este capítulo apresenta o único procedimento que podemos seguir com segurança. […]
O profeta recebe esta palavra do Senhor – uma mensagem surpreendente em sua clareza e força: “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados” [Is 58:1]. Embora sejam chamados de povo do Senhor, os membros da casa de Jacó, embora professem estar ligados a Deus em obediência e comunhão, estão longe dEle. Maravilhosos privilégios e promessas lhes têm sido dados, mas traíram a confiança neles depositada. Sem qualquer palavra de lisonja lhes deve ser dada a mensagem: “Anuncia ao Meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados.” Isto é: Mostre-lhes que estão cometendo um erro. Coloque diante deles seu perigo. Diga-lhes os pecados que estão cometendo enquanto se orgulham de sua justiça. Embora pareçam estar buscando a Deus, estão se esquecendo dEle, se esquecendo de que Ele é um Deus de amor e compaixão, longanimidade e bondade, que age de maneira justa e que ama a misericórdia. O modo de agir do mundo foi introduzido em seus negócios e em sua vida religiosa. O coração deles não foi purificado por meio da verdade. Deus olha para suas cerimônias exteriores de humildade como uma solene zombaria. Considera toda falsidade religiosa como um insulto a Ele próprio.
O povo a quem o profeta estava falando fazia uma elevada profissão de piedade, e apontava para seus jejuns e para outras formas externas como evidência de sua piedade. Mas seus atos estavam maculados pela lepra do egoísmo e da cobiça. Tudo o que tinham, haviam recebido de Deus. Ele lhes concedera Suas bênçãos para que pudessem ser Sua mão ajudadora, fazendo o que Cristo faria se estivesse no lugar deles e dando uma representação verdadeira dos princípios do Céu (Carta 76, 1902).
1, 2 Uma mensagem não disfarçada. Nossa obra agora é despertar o povo. Satanás, com todos os seus anjos, desceu com grande poder, para operar com todo engano concebível a fim de neutralizar a obra de Deus. O Senhor tem uma mensagem para Seu povo. Esta mensagem será dada, quer os homens a aceitem ou a rejeitem. Como nos dias de Cristo, haverá as profundas conspirações dos poderes das trevas, mas a mensagem não deve ser disfarçada com palavras suaves para aqueles que estão se desviando de Deus ou por belos discursos que digam: Paz, paz; quando não há paz. “Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz” [Is 57:21]. O capítulo todo é aplicável àqueles que estão vivendo neste período da história da Terra. Considerem este capítulo atentamente, pois ele se cumprirá (Ms 36, 1897).
1-4 Os pecados de Israel se repetem hoje. A casa de Jacó, na época em que esta advertência foi dada a Isaías, parecia ser um povo muito zeloso, que buscava a Deus diariamente e se deleitava em conhecer Seus caminhos; mas, na verdade, eles estavam cheios de presunçosa autoconfiança. Não estavam andando na verdade. A bondade, a misericórdia e o amor não eram praticados. Enquanto apresentavam uma aparência de tristeza por seus pecados, estavam acariciando o orgulho e a avareza. No próprio momento em que estavam mostrando uma humilhação exterior, exigiam trabalhos forçados de seus subalternos ou empregados. Atribuíam grande valor a todo o bem que haviam feito, mas pouco valor ao serviço de outros. Desprezavam e oprimiam o pobre, e seu jejum somente lhes dava uma opinião mais elevada de sua própria bondade.
Há pecados desse mesmo tipo entre nós hoje, e eles trazem a censura de Deus sobre Sua igreja. Onde quer que haja tais pecados, são de fato necessários períodos de jejum e oração, mas estes devem ser acompanhados de sincero arrependimento e decidida reforma. Sem contrição de alma, esses períodos só aumentam a culpa do malfeitor. O Senhor especificou o jejum que escolheu, o jejum que Ele aceita, e é o que dá frutos para a Sua glória, em arrependimento, em devoção, em verdadeira piedade [Is 58:6, 7],
No jejum que Deus escolheu, a misericórdia, a ternura e a compaixão serão exercidas, a avareza será afastada, e haverá não só arrependimento pela fraude e pela opressão mas renúncia a estas. Toda a autoridade e a influência serão usadas para ajudar os pobres e os oprimidos. Se esta fosse a condição do mundo, não haveria mais lugar para os provérbios: “A verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar […] quem se desvia do mal é tratado como presa” [Is 59:14, 15] (RH, 13/10/1891).
1-5 É necessária influência reformadora vinda de Deus. As pessoas aqui descritas percebem que não têm o favor de Deus; mas, em vez de buscarem Seu favor da maneira estipulada por Ele, entram em controvérsia com Deus. Já que observam tantas cerimônias, perguntam por que o Senhor não lhes dá um reconhecimento especial. Deus lhes responde às queixas: “Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto” [Is 58:3, 4]. Esses jejuns são só exibição exterior, mero fingimento, um arremedo de humildade. Esses adoradores, conquanto chorem e se lamentem, conservam todos os seus traços objetáveis de caráter. Seu coração não foi humilhado nem purificado da contaminação espiritual. Não receberam as chuvas suavizadoras da graça de Deus. São destituídos do Espírito Santo, destituídos da doçura da influência celestial. Não manifestam nenhum arrependimento, nem a fé que atua por amor e purifica a alma. São injustos e egoístas em seu modo de agir, oprimindo desapiedadamente os que consideram como sendo seus inferiores. Contudo, acusam a Deus de ser negligente em manifestar Seu poder para com eles e em exaltá-los acima dos outros por causa de sua justiça. O Senhor lhes envia uma mensagem de positiva reprovação, mostrando por que não são visitados por Sua graça (Ms 48, 1900).
4 Exemplo de um jejum errado. Enquanto o Senhor encorajava Seu servo, os inimigos de Paulo estavam avidamente tramando sua destruição. [Atos 23:12, 13].
Aqui estava um jejum tal como o Senhor condenara por intermédio de Isaías — um jejum para “contendas e debates”, e para darem “punhadas impiamente” Isaías 58:4 (AA 230).

5-7 Os cristãos não são um grupo de lamentadores. Temos tudo para ser agradecidos. Nunca devem os cristãos agir como um bando de lamentadores num funeral. Deus não requer isso de Seus seguidores. Ele não lhes pede que se assentem sobre pano de saco e cinza. “Seria este o jejum que escolhi”, pergunta Ele, “que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor?” [Is 58:5]. Deus nos diz que tipo de jejum Ele escolheu. “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?” [v. 6]. Este é o jejum que Ele deseja que observemos. Nestas palavras é delineado nosso dever. Deus nos mostra onde devemos colocar nossos tesouros. Ao seguirmos no caminho da autonegação e do sacrifício próprio, ajudando os necessitados e os sofredores, ajuntemos tesouros diante do trono de Deus (Ms 31, 1901).
Somente sinais exteriores são sem valor. Os sinais exteriores do jejum e da oração, sem um espírito compungido e contrito, não têm valor aos olhos de Deus. É necessária a obra interior da graça. É essencial a humilhação de alma. É para isto que Deus olha. Ele receberá graciosamente aqueles que humilharem o coração diante dEle, ouvirá suas petições e curará suas apostasias.
Ministros e povo precisam da obra de purificação em sua vida, para que os juízos de Deus possam ser desviados deles. Deus está esperando, esperando por humilhação e arrependimento. Ele receberá a todos os que quiserem se voltar para Ele de todo o coração (Ms 33,1903).
Ajudar os que sofrem por amor à verdade. A causa de Deus engloba todo santo que esteja necessitado e sofrendo. Não devemos egoisticamente escolher alguns parentes e amigos e ajudá-los, deixando nossa obra terminar aí. Todos os necessitados de que temos conhecimento devem ser ajudados, mas especialmente os que estão sofrendo por amor à verdade. Se negligenciarmos esta obra, Deus nos considerará responsáveis. Como um povo que age em justiça, não seguiremos as condições que Deus apresentou, sendo praticantes de Sua Palavra? (Ms 145, 1899).
6 Jugos não devem ser impostos. O Senhor não deu a seres humanos a obra de colocar jugos no pescoço de Seu povo, prendendo-o de tal forma que não fique livre para olhar para Ele e ser por Ele guiado e dirigido. Não é desígnio do Senhor que Seu povo esteja sujeito à autoridade de outros seres humanos, que são, eles próprios, inteiramente dependentes de Deus (Carta 76, 1902).
7 Pobres dignos. Devemos manifestar apreço pelos que têm a coragem moral de aceitar a verdade, e assim perdem sua posição e não conseguem trabalho com que sustentar suas famílias. Deve fazer-se provisão para ajudar os que são dignamente pobres, e prover emprego aos que amam a Deus e guardam os Seus mandamentos. […] É especialmente desta classe que o Senhor fala quando diz: “E recolhas em casa os pobres desabrigados.” Isaías 58:7 (BS 184.1).

8 Deus precisa de agentes humanos. Devemos colocar em prática os preceitos da lei, e assim ter a justiça adiante de nós; a retaguarda será a glória de Deus. A luz da justiça de Cristo será nossa vanguarda, e a glória do Senhor, nossa retaguarda. Agradeçamos ao Senhor esta certeza. Coloquemo-nos constantemente numa posição em que o Senhor Deus do Céu possa nos favorecer. Consideremos que é nosso elevado privilégio estar em conexão com Deus – sermos Sua mão ajudadora.
No grande plano de Deus para a redenção de uma raça perdida, Ele Se colocou sob a necessidade de usar agentes humanos como Sua mão ajudadora. Ele precisa ter uma mão ajudadora a fim de alcançar a humanidade. Precisa ter a cooperação daqueles que sejam ativos, prontos a ver oportunidades, rápidos para discernir o que precisa ser feito pelo seu próximo (Notebook Leaflets n. 23, p. 1).
É requerida uma justiça visível. Notem a promessa inspirada do profeta para aqueles que fazem tudo o que está ao seu alcance para aliviar a angústia, tanto física quanto espiritual.
Como cristãos devemos ter uma justiça que será desenvolvida e vista — uma justiça que represente o caráter de Jesus Cristo quando Ele estava em nosso mundo (Ms 43, 1908).
8-14 Características dos verdadeiros reformadores. Aqui são dadas as características dos que serão reformadores, que empunharão a bandeira da terceira mensagem angélica, que ousadamente confessam ser o povo de Deus que guarda os mandamentos, que honram a Deus e que estão fervorosamente empenhados, aos olhos de todo o universo, em edificar as antigas ruínas. Quem é que os chama de reparadores de brechas e restauradores de veredas? É Deus. Seus nomes estão registrados no Céu como reformadores, restauradores, como levantadores dos fundamentos de muitas gerações (RH, 13/10/1891).
9, 10. A compaixão faz com que nasça a luz. Todos ao nosso redor são almas aflitas. Procuremos esses sofredores e falemos uma palavra a tempo para lhes confortar o coração. Nós os encontraremos aqui e ali — por toda parte. Sejamos sempre canais por meio dos quais possa fluir para eles as águas revigoradoras da compaixão. Para aqueles que ministram às necessidades dos famintos e aflitos, a promessa é: “A tua luz nascerá nas trevas” Is 58:10] (Ms 116, 1902).
Muitos estão em trevas. Perderam seu rumo. Não sabem que procedimento adotar. Os que estão em perplexidade procurem outros nessas condições e dirijam-lhes palavras de esperança e animação. Ao começarem a fazer este trabalho, a luz do Céu lhes revelará a senda que devem seguir. Por suas palavras de consolação aos aflitos, eles mesmos serão consolados. Ajudando a outros, eles mesmos serão ajudados a sair de suas dificuldades. A alegria toma o lugar das sombras e tristezas. O coração, pleno do Espírito de Deus, brilha com calor intenso para com todos os semelhantes. Cada um desses não permanece mais em trevas; pois sua “escuridão” será “como o meio-dia” [Is 58:10] (MCP2, 431,432).
11 A direção de Deus dá claro discernimento. Com respeito àquele que anda no caminho da vida eterna, usando suas bênçãos para abençoar a outros, o profeta Isaías declara: “O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam” [Is 58:11],
São dessas bênçãos que precisamos. Precisamos da água da vida que flui de Jesus Cristo, a qual será em nós uma fonte a jorrar para a vida eterna. “O Senhor te guiará continuamente.” Quando formos guiados pelo Senhor, teremos claro discernimento. Não chamaremos a injustiça de justiça nem acharemos que as coisas que o Senhor proibiu são certas. Compreenderemos onde o Senhor está atuando.
Muitos ainda não compreenderam isso. Sei de alguns que foram transviados pelo inimigo. Mas Deus deseja tornar você participante da natureza divina. Ele não quer que haja nenhum jugo de autoridade humana no seu pescoço, mas deseja que você olhe para Aquele que é capaz de salvar totalmente todo que vai a Ele em justiça e verdade. Não temos tempo para nos envolver com o inimigo, pois estamos muito perto do fim da história da Terra (Ms 43, 1908).

A segunda metade de Isaías 58 é enfatizada. Eu tinha a intenção de me deter mais especificamente sobre as ricas bênçãos que retornam para nós quando nos esforçamos para abençoar os outros, mas a primeira parte do capítulo parecia desaparecer de minha mente, e a última parte era apresentada diante de mim de forma acentuada (1888, 874.3).

12-14 Os guardadores do sábado reparam brechas. Onde encontramos as pessoas descritas desta forma? Quem é que irá edificar as antigas ruínas e levantar os fundamentos de muitas gerações? Onde estão as pessoas que tiveram luz do Céu para ver que foi feita uma brecha na lei de Deus?
No Apocalipse, João diz: “Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no Céu, e foi vista a arca da Aliança no Seu santuário” (Ap 11:19). João contemplou em visão o povo de Deus que esperava Sua vinda e pesquisava a verdade. Quando o templo de Deus foi aberto para Seu povo, a luz da lei de Deus, que estava na arca, irradiou. Aqueles que recebem esta luz são apresentados na proclamação da terceira mensagem angélica.
Este anjo é visto voando no meio do Céu, “dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da Sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” [Ap 14:9, 10, 12].
Este é o povo que está reparando a brecha na lei de Deus. Veem que o sábado do quarto mandamento foi suplantado por um dia de repouso espúrio, um dia que não tem sanção na Palavra de Deus. Em meio a grande oposição, tornam-se leais ao seu Deus e tomam posição sob o estandarte do terceiro anjo (Ms 48, 1900).
À medida que se aproxima o fim, os testemunhos dos servos de Deus se tornarão mais decididos e poderosos, lançando a luz da verdade sobre os sistemas de erro e opressão que por tanto tempo têm mantido a supremacia. O Senhor nos enviou mensagens para este tempo, a fim de estabelecer o cristianismo sobre uma base eterna, e todos os que creem na verdade presente devem se firmar, não em sua própria sabedoria, mas em Deus; e levantar o fundamento de muitas gerações. Estes serão inscritos nos livros do Céu como reparadores das brechas e restauradores de veredas para que o país se torne habitável. Devemos manter a verdade porque é verdade, em face da mais acerba oposição. O grande poder iluminador vem de Cristo; o brilho de Seu exemplo deve ser mantido diante do povo em todo discurso (ME3, 407; Carta 1f, 1890).
Homens íntegros devem reparar as brechas. Escrevo isto porque muitos na igreja me são apresentados como estando a enxergar pessoas como árvores andando. Precisam ter outra experiência, mais profunda, antes de discernirem as armadilhas colocadas para apanhá-los na rede do enganador. Importa que não haja neste tempo obra feita pela metade. O Senhor chama homens e mulheres fortes, resolutos, inteiramente dedicados, para se colocarem na brecha, e restaurarem o muro (Ez 22:30).
Há decidido testemunho a ser dado por todos os nossos pastores em todas as nossas igrejas. Deus tem permitido ocorrerem apostasias a fim de mostrar quão pouco se pode confiar no homem. Devemos olhar sempre a Deus; Sua palavra não é Sim e Não, mas Sim e Amém (ME2, 395).
13 Viagens no sábado. Se desejamos a bênção prometida aos obedientes, devemos observar mais estritamente o sábado. Temo que muitas vezes empreendamos nesse dia viagens que bem poderiam ser evitadas. De conformidade com a luz que o Senhor nos tem concedido em relação com a observância do sábado, devemos ser mais escrupulosos quanto a viagens nesse dia, por terra ou mar. A esse respeito devemos dar às crianças e jovens bom exemplo. Para ir à igreja, que requer a nossa cooperação ou à qual devemos transmitir a mensagem que Deus lhe destina, pode tornar-se necessário viajar no sábado; mas sempre que possível devemos, no dia anterior, comprar a passagem e tomar todas as disposições necessárias. Quando empreendermos viagem, devemos esforçar-nos o mais possível por evitar que o dia da chegada ao destino coincida com o sábado (CI 273.2).
Abstinência sabática. Ao começar o sábado, devemos pôr-nos guarda a nós mesmos, a nossos atos e palavras, para que não roubemos a Deus, apropriando-nos para nosso próprio uso daquele tempo que pertence estritamente ao Senhor. Não devemos fazer nós mesmos, nem permitir que nossos filhos façam qualquer espécie de trabalho pessoal para subsistência, ou qualquer coisa que poderia ter sido feita durante os seis dias de trabalho. A sexta-feira é o dia de preparação. O tempo pode ser então dedicado a fazer os necessários preparativos para o sábado, a pensar e falar sobre isso. Coisa alguma que possa, aos olhos do Céu, ser considerada transgressão do santo sábado, deve ser deixada por dizer ou fazer no sábado. Deus requer, não somente que nos abstenhamos do trabalho físico no sábado, mas que a mente seja disciplinada de modo a pensar em temas santos. O quarto mandamento é transgredido mediante o conversar-se sobre coisas mundanas, ou leves e frívolas. Falar sobre qualquer coisa ou sobre tudo que nos vem à mente, é falar nossas próprias palavras. Todo desvio do direito nos põe em servidão e condenação (T2 702.1).
13, 14 Ver Ellen G. White sobre Êx 20:1-17
Is 58:14 Chuva Serôdia. Vi que ainda não sabemos o que é cavalgar sobre os altos da terra, e ser sustentados com a herança de Jacó. Mas, quando vier o refrigério e a chuva serôdia da presença do Senhor, e a glória de Seu poder, saberemos o que é ser alimentado com a herança de Jacó e cavalgar sobre os altos da terra. Então veremos o sábado em sua importância e glória (Carta 3, 1851).