João 1
Almeida Antiga - IBCO verbo feito carne
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;
5 a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
6 Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele.
8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9 Era a verdadeira luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo.
10 Estava ele no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, e o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14 E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.
15 João deu testemunho dele, e clamou, dizendo: Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia.
16 Pois todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça.
17 Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu a Deus. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer.
Testemunho de João Batista
19 E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.
21 Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 Então lhe perguntaram: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 Respondeu-lhes João: Eu batizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 Este é aquele que, vindo após mim, é antes de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.
28 Estas coisas aconteceram em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30 Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim ele já existia.
31 Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizando em água.
32 E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.
33 Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
34 Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus.
Os primeiros discípulos
35 No dia seguinte João estava outra vez ali, com dois dos seus discípulos
36 e, olhando para Jesus, que passava, disse: Contemplai o Cordeiro de Deus!
37 Aqueles dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que buscais? Disseram-lhe eles: rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde pousas?
39 Respondeu-lhes: Vinde, e vereis. Foram, pois, e viram onde pousava; e passaram o dia com ele; era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar, e que seguiram a Jesus.
41 Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Havemos achado o Messias (que, traduzido, quer dizer Cristo).
42 E o levou a Jesus. Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
43 No dia seguinte Jesus resolveu partir para a Galileia, e achando a Felipe disse-lhe: Segue-me.
44 Ora, Felipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45 Felipe achou a Natanael, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
46 Perguntou-lhe Natanael: Pode haver coisa bem vinda de Nazaré? Disse-lhe Felipe: Vem e vê.
47 Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!
48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
49 Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel.
50 Ao que lhe disse Jesus: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
51 E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.
Referências Cruzadas
1 Pv 8:22; Pv 8:30; Fp 2:6
2 Gn 1:1
3 Jo 1:10
4 Jo 5:26; Jo 8:12
5 Jo 3:19
6 Jo 1:33
7 At 19:4; Jo 5:32
9 Jo 1:4
10 Jo 1:3
11 Lc 19:14
12 Is 56:5
13 Jo 3:5
14 Mt 1:16; Rm 1:3; Hb 2:11; Is 40:5; Cl 1:19
15 Jo 1:32; Jo 1:27; Jo 1:30; Jo 8:58
16 Jo 3:34
17 Ex 20:1; Rm 3:24; Jo 8:32
18 Ex 33:20; Mt 11:27; Lc 10:22; Jo 1:14
19 Jo 5:33
20 Lc 3:15; At 13:25
21 Ml 4:5; Mt 17:10; Dt 18:15; Mt 11:28
23 Mt 3:3; Is 40:3
26 Mt 3:11; Ml 3:1
27 Jo 1:15; Jo 1:30; At 19:4
28 Jz 7:24; Jo 10:40
29 Jo 1:36; Ex 12:3; Is 53:7; At 8:32; 1Pe 1:19; Ap 5:6; Is 53:11; 1Co 15:3; Gl 1:4; 1Pe 2:24; 1Jo 2:2; 1Jo 3:5; 1Jo 4:10; Ap 1:5
30 Jo 1:15; Jo 1:27
31 Ml 3:1; Mt 3:6; Lc 1:17; Lc 1:76; Lc 1:77; Lc 3:3; Lc 3:4
32 Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 5:32
33 Mt 3:11; At 1:5; At 2:4; At 10:44; At 19:6
36 Jo 1:29
40 Mt 4:18
42 Mt 16:18
44 Jo 12:21
45 Jo 21:2; Gn 3:15; Gn 49:10; Dt 18:18; Lc 24:27; Is 4:2; Is 7:14; Is 9:6; Is 53:2; Mq 5:2; Lc 24:27; Mt 2:23; Lc 2:4
46 Jo 7:41; Jo 7:42; Jo 7:52
47 Sl 32:2; Sl 73:1; Jo 8:39; Rm 2:28; Rm 2:29; Rm 9:6
49 Mt 14:33; Mt 21:5; Mt 27:11; Mt 27:42; Jo 18:37; Jo 19:3
51 Gn 28:12; Mt 4:11; Lc 2:9; Lc 2:13; Lc 22:43; Lc 24:4; At 1:10
1-3 A eternidade de Cristo. Se Cristo fez todas as coisas, Ele existiu antes de todas elas. As palavras faladas com respeito a isso são tão claras que ninguém precisa se deixar ficar em dúvida. Cristo era e é, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Ele estava com Deus desde toda a eternidade, sendo Deus sobre todos, bendito para todo o sempre.
O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Ele era e é a excelente glória do Céu. Era o comandante dos seres celestiais, e a homenagem e adoração dos anjos era recebida por Ele como de direito. Isso não era usurpação em relação a Deus [citado Pv 8:22-27],
Há luz e glória na verdade de que Cristo era um com o Pai antes de terem sido lançados os fundamentos do mundo. Esta é a luz que brilhava em lugar escuro, fazendo-o resplender com a divina glória original. Esta verdade, infinitamente misteriosa em si, explica outras verdades misteriosas de outra forma inexplicáveis, ao mesmo tempo em que está envolta em luz inacessível e incompreensível (ME1, 247, 248).
Trecho da carta a Baker [Lendo toda a carta, se percebem evidências de que esse pastor lia os pais da igreja e estava enveredando para o adocionismo. Esse ensino prega que Jesus teria nascido como qualquer outro ser humano, de um esperma e óvulo humanos; e declarado Filho de Deus somente por ocasião do batismo, momento da adoção. Ademais, o adocionismo propõe que antes dessa adoção, Jesus poderia até ter pecado; possuindo assim propensões cultivadas para o mal.] Tenha cuidado, extremo cuidado, ao se demorar sobre a natureza humana de Cristo. Não O apresente perante as pessoas como um homem com propensões para o pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado como um ser puro e sem pecado, sem mácula de pecado sobre si; ele era à imagem de Deus. Poderia cair, e de fato caiu ao transgredir. Devido ao pecado, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana e foi tentado em todos os pontos em que o homem é tentado. Ele poderia ter pecado; poderia ter caído, mas nem por um momento houve nEle uma propensão má. Ele foi assaltado por tentações no deserto como Adão foi assaltado por tentações no Éden.
Evite toda questão relativa à humanidade de Cristo que esteja sujeita a ser mal entendida. A verdade e a suposição estão muito próximas uma da outra. Ao tratar da humanidade de Cristo, você deve vigiar ao máximo cada afirmação, para que suas palavras não sejam interpretadas como se significassem mais do que sugerem, e assim você perca ou anuvie a clara concepção de Sua humanidade combinada com a divindade. Seu nascimento foi um milagre de Deus, pois o anjo disse: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, Lhe dará o trono de Davi, Seu pai; Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o Seu reinado não terá fim. Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o Ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:31-35).
Estas palavras não se referem a nenhum ser humano, exceto o Filho do infinito Deus. Nunca, de nenhuma forma, deixe sobre a mente humana a mais leve impressão de que repousou sobre Cristo qualquer mácula de corrupção ou inclinação para a corrupção, ou que que Ele de algum modo tenha cedido à corrupção. Ele foi tentado em todos os pontos como o homem é tentado, mas é chamado _ de “Ente santo”. É um mistério sem explicitação para os mortais o fato de que Cristo pudesse ser tentado em todos os pontos como nós o somos e, ainda assim, ser sem pecado. A encarnação de Cristo sempre foi e sempre permanecerá um mistério. As coisas reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, mas que todo ser humano esteja alerta contra o tornar Cristo totalmente humano, como um de nós; pois isso não pode ser. Não nos é necessário saber o momento exato em que a humanidade se combinou com a divindade. Devemos conservar nossos pés sobre a Rocha, Cristo Jesus, como sendo Deus revelado na humanidade.
Percebo que há perigo em abordar assuntos que se demorem sobre a humanidade do Filho de Deus. Ele Se humilhou quando viu que Se achava em figura humana, para que pudesse compreender a força de todas as tentações com as quais o homem é assediado.
O primeiro Adão caiu; o segundo Adão Se apegou firmemente a Deus e a Sua Palavra sob as circunstâncias mais probantes, e Sua fé na bondade, na misericórdia e no amor de Seu Pai não vacilou nem por um só momento. “Está escrito” era Sua arma de resistência e é a espada do Espírito que todo ser humano deve usar. “Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim” — nada que reaja favoravelmente à tentação. Em nenhuma ocasião houve resposta favorável a suas múltiplas tentações. Nenhuma vez Cristo pisou no terreno de Satanás, para lhe dar qualquer vantagem. Satanás nada encontrou nEle que encorajasse seus avanços (Carta 8, 1895).
Mas, embora a divina glória de Cristo fosse por algum tempo velada e eclipsada pelo fato de Ele haver assumido a humanidade, Ele não deixou de ser Deus quando Se tornou homem. O humano não tomou o lugar do divino, nem o divino, do humano. Este é o mistério da piedade. As duas expressões, “o humano” e o divino”, eram, em Cristo, íntima e inseparavelmente uma só, porém tinham uma individualidade distinta. Embora Cristo tenha Se humilhado para Se tornar homem, a Divindade ainda era Sua. Sua divindade não podia ser perdida enquanto Ele permanecesse fiel e verdadeiro à Sua lealdade. Cercado de tristeza, sofrimento e poluição moral, desprezado e rejeitado pelo povo a quem haviam sido confiados os oráculos do Céu, Jesus ainda podia falar de Si mesmo como o Filho do Homem que está no Céu. Ele estava pronto a tomar outra vez Sua glória divina quando Sua obra na Terra estivesse feita.
Houve ocasiões nas quais Jesus, enquanto em carne humana, Se manifestou como o Filho de Deus. A divindade irrompeu através da humanidade, e foi vista pelos sacerdotes e pelas autoridades que zombavam dEle. Foi ela reconhecida? Alguns reconheceram que Ele era o Cristo, mas a maior parte daqueles que nessas ocasiões especiais foram forçados a ver que Ele era o Filho de Deus, recusaram-se a recebê-Lo. A cegueira deles foi proporcional à sua obstinada resistência à convicção.
Quando a glória inerente de Cristo transparecia, era demasiado intensa para que Sua pura e perfeita humanidade a ocultasse inteiramente. Os escribas e fariseus não O reconheciam com palavras, mas sua inimizade e seu ódio eram restringidos quando a majestade dEle resplandecia. A verdade, obscurecida como estava por um véu de humilhação, falava a cada coração com inequívoca evidência. Foi isso que levou às palavras de Cristo: “Vós sabeis” quem “Eu sou” [cf. Jo 7:28; 8:28]. Homens e demônios eram compelidos, pela irradiação de Sua glória, a confessar: “Verdadeiramente este é o Filho de Deus.” Assim foi Deus revelado; assim foi Cristo glorificado (ST, 10/05/1899).
Veio para refutar falsa acusação de Satanás. Cristo deixou Sua posição nas cortes celestiais e veio à Terra viver a vida dos seres humanos. Ele fez esse sacrifício para mostrar que é falsa a acusação de Satanás contra Deus, e que é possível ao homem obedecer às leis do reino de Deus. Igual ao Pai, honrado e adorado pelos anjos, Cristo humilhou-Se a Si mesmo em nosso favor e veio à Terra viver uma vida de humildade e pobreza, para ser um homem de dores e que sabe o que é padecer. No entanto, o cunho da divindade estava em Sua humanidade. Ele veio como Mestre divino, para erguer os seres humanos, para aumentar sua eficiência física, mental e espiritual.
Não há ninguém que possa explicar o mistério da encarnação de Cristo. Contudo, sabemos que Ele veio à Terra e viveu como homem entre os homens. O homem Cristo Jesus não Se mostrava como o Senhor Deus Todo-Poderoso, no entanto Cristo e o Pai eram Um. A Divindade não sucumbiu sob a agonizante tortura do Calvário, contudo, é verdade que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
De toda maneira possível Satanás procurou impedir que Jesus desenvolvesse uma infância perfeita, uma vida adulta impecável, um santo ministério e um sacrifício sem mácula. Mas foi derrotado. Ele não pôde fazer com que Jesus pecasse. Não pôde desalentá-Lo, nem desviá-Lo da obra que viera realizar na Terra. Do deserto ao Calvário, a tempestade da ira de Satanás incidiu sobre Ele; mas, quanto mais impiedosa ela era, tanto mais firmemente o Filho de Deus Se apegava à mão do Pai, e avançava no caminho manchado de sangue (Ex [MM 1992], 236).
Quando Jesus tomou a natureza do ser humano e Se achava reconhecido em figura humana, Ele assumiu todo o organismo humano. Suas necessidades eram as de um homem. Ele tinha necessidades físicas a serem supridas, cansaço físico a ser aliviado. Pela oração ao Pai Ele Se fortalecia para os deveres e as provas (Carta 32, 1899).
Jesus tinha as propensões herdadas. Vindo como Ele veio, como homem, <para se encontrar com, e ser submetido a> com com todas as tendências más das quais o homem é herdeiro (Carta 303, 1903).
Natureza idêntica à nossa. Sua natureza humana foi criada; ela nem sequer possuía os poderes angélicos. Era humana, idêntica à nossa (ME3 129.3).
Natureza pecaminosa. Ele tomou sobre Sua natureza sem pecado a nossa pecaminosa natureza, para saber como socorrer os que são tentados (MS 181.3).
4 Cristo tinha vida não emprestada. “A vida estava nEle e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:4). Não é a vida física que é especificada aí, mas a vida eterna, a vida que é exclusivamente propriedade de Deus. A Palavra, que estava com Deus, e que era Deus, tinha essa vida. A vida física é algo que cada indivíduo recebeu. Ela não é eterna ou imortal; pois Deus, o Doador da vida, toma-a de volta. O homem não tem controle sobre sua vida. Mas a vida de Cristo não era emprestada. Ninguém podia tirar a vida dEle. “Eu espontaneamente a dou” (Jo 10:18), disse Ele. NEle estava a vida, original, não emprestada, não derivada. Essa vida não é inerente ao ser humano. Ele só pode possuí-la por meio de Cristo. Não pode conquistá-la; ela lhe é dada gratuitamente se crer em Cristo como seu Salvador pessoal. “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3). Esta é a fonte da vida, franqueada para o mundo (Ex [MM 1992], 262; ST, 13/02/1912).
12,13 Ver Ellen G. White sobre 2Co 5:17.
14 A encarnação, um mistério insondável. Ao ponderar sobre a encarnação de Cristo na humanidade, ficamos admirados diante de um mistério insondável, que a mente humana não pode compreender. Quanto mais meditamos nele, mais estupendo parece ser. Quão amplo é o contraste entre a divindade de Cristo e o indefeso bebê na manjedoura de Belém! Como podemos transpor a distância entre o poderoso Deus e uma criança indefesa? E, no entanto, o Criador dos mundos, Aquele em quem habitava corporalmente a plenitude da nivindade, Se manifestou na forma do indefeso bebê na manjedoura. Muito mais elevado do que qualquer dos anjos, igual ao Pai em dignidade e glória e, contudo, revestido da humanidade! A divindade e a humanidade combinaram-se misteriosamente, e o homem e Deus tornaram-se um. É nessa união que encontramos a esperança de nossa raça decaída. Olhando para Cristo na humanidade, olhamos para Deus, e vemos em Cristo o resplendor de Sua glória, a expressão exata do Seu ser (Ex [MM 1992], 76; ST, 30/07/1896).
A maravilhosa condescendência de Deus. A doutrina da encarnação de Cristo em carne humana é um mistério; “o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações” (Cl 1:26). É o grande e profundo mistério da piedade. “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:14). Cristo tomou sobre Si a natureza humana, uma natureza inferior a Sua natureza celestial. Nada revela tanto a maravilhosa condescendência de Deus como isso. […]
Cristo não simulou que assumiu a natureza humana; Ele verdadeiramente a tomou sobre Si. Realmente possuía natureza humana. “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou” (Hb 2:14). Era o filho de Maria; era da descendência de Davi, segundo a linhagem humana. É dito que Ele era um homem — o Homem Cristo Jesus. “Jesus”, escreve Paulo, “tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu” (Hb 3:3; Ex [MM 1992], 75).
As características humanas de Jesus. Jesus era o Comandante do Céu, igual a Deus, contudo condescendeu em colocar de lado Sua coroa e Seu manto real, e revestiu a divindade com a humanidade. A encarnação de Cristo em carne humana é um mistério. Ele podia ter vindo à Terra como alguém de aparência notável, diferente da dos filhos dos homens. Seu semblante poderia ter brilhado de glória, e Sua forma poderia ter sido de beleza extraordinária. Ele poderia ter apresentado uma aparência tal que encantaria quem O contemplasse, mas isso não correspondia ao plano traçado nas cortes divinas. Ele devia portar as características da família humana e da raça judaica. Em todos os sentidos, o Filho de Deus deve ter as mesmas características que os outros seres humanos. Não devia ter tal beleza pessoal que O tornasse singular entre os seres humanos; não devia manifestar encantos maravilhosos que atraíssem a atenção para Si mesmo. Veio para ser o representante da família humana perante o Céu e a Terra. Devia colocar-Se como o substituto e fiador do homem. Devia viver a vida humana de tal forma que refutasse a afirmação que Satanás havia feito, de que a humanidade era sua posse para sempre e de que o próprio Deus não poderia tirar o homem das mãos de Seu adversário (ST, 30/06/1896).
A glória de Cristo foi velada. Houvesse Cristo vindo em Sua forma divina, e a humanidade não poderia haver resistido a essa visão. O contraste haveria sido demasiado agressivo, a glória demasiado esmagadora. A humanidade não poderia haver resistido à presença de um dos puros e resplandecentes anjos da glória; por isso, Cristo não tomou sobre Si a natureza dos anjos; veio na semelhança dos homens (PC [MM 1965], 25).
Trinta anos e basta. Mas trinta anos foram tudo o que o mundo pôde suportar de seu Redentor. Durante trinta anos, Ele habitou num mundo todo marcado e danificado pelo pecado, fazendo a obra que nenhum outro jamais havia feito ou poderia fazer (ST, 15/02/1899).
Sujeito às debilidades e fraquezas. Ao tomar sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, de seu pecado. Era sujeito às debilidades e fraquezas que atribulam o homem, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si” (Is 53:4). Ele Se compadeceu das “nossas fraquezas,” e foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança” (Hb 4:15). E todavia “não conheceu pecado”. Era o Cordeiro “sem defeito e sem mácula” (1Pe 1:19). Pudesse Satanás, no mínimo particular, ter levado Cristo a pecar e teria esmagado a cabeça do Salvador. Como se deu, apenas pôde tocar-Lhe o calcanhar. Tivesse sido tocada a cabeça de Cristo, e teria perecido a esperança da raça humana. A ira divina teria sobrevindo a Cristo, como sobreveio a Adão. Cristo e a igreja teriam ficado sem esperança.
Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo. Nossa fé deve ser uma fé inteligente, que olha para Jesus com perfeita confiança, com plena e inteira fé no Sacrifício expiatório. Isto é necessário para que a pessoa não seja envolvida em trevas (ME1, 256).
16 Ver Ellen G. White sobre Cl 2:9, 10.
18 Manifestação do Pai. O que a linguagem é para o pensamento, Cristo é para o Pai invisível. Ele é a manifestação do Pai, e é chamado de o Verbo de Deus. Deus enviou Seu Filho ao mundo, com a divindade revestida da humanidade, para que o homem pudesse suportar a imagem do Deus invisível. Em Suas palavras, Seu caráter, poder e majestade, Ele revelou a natureza e os atributos de Deus. A divindade transparecia através da humanidade numa luz suavizadora e subjugante. Ele era a personificação da lei de Deus, que é o transcrito de Seu caráter (PC [MM 1965], 38; Ms 77, 1899).
19-23 Ver Ellen G. White sobre Lc 1:76, 77.
25 Moisés ressuscitado? Os judeus inclinavam-se a crer que Moisés ressuscitaria, e seria levado para o Céu. Não sabiam que já fora ressuscitado (DTN 85.1).
26, 27 Ver Ellen G. White sobre Lc 3:15, 16.
29 Tempo de lavar e passar a ferro. Lembrem-se de que, assim como vocês são em sua família, serão na igreja. Assim como tratam seus filhos, tratarão a Cristo. Se acariciarem um espírito não cristão, estarão desonrando a Deus. […] A posição não faz o homem. É Cristo formado no interior que torna alguém digno de receber a imarcescível coroa da vida. […]
Este é o nosso tempo de lavar e passar a ferro; tempo em que devemos limpar as vestes de nosso caráter no sangue do Cordeiro. Diz João: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). […] Não devemos deixar que Ele os tire? Não devemos despedir nossos pecados? (LC [MM 1968], 356; GCB, 06/04/1903, 89).
Inspiração para vencer. Não faleis de aflições e desalentos. Desviai o olhar destas coisas para Cristo. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” João 1:29. Sois a aquisição de Seu sangue. Não decepcioneis Aquele que deu Sua vida para que pudésseis ser vencedores. Ele foi tentado em todos os pontos em que vós e eu podemos ser tentados, e, a fim de resistir, passou noites inteiras em oração e comunhão com Seu Pai. Cristo não partiu deste mundo enquanto não tornou possível que toda pessoa levasse uma vida de perfeita fé e obediência, e tivesse um caráter perfeito (EDD 212.5).
32, 33 Ver Ellen G. White sobre Mt 3:13-17.
38. Deixou os dois à vontade. [Jesus] queria deixá-los em liberdade de voltar atrás, ou de falar de seus desejos (DTN 87.8).